ERASMUS+ | THE END
Já passaram algumas semanas desde que voltei de Praga e acho que ainda não processei a despedida.
Praga surpreendeu-me em todos os sentidos – foram 3 meses no paraíso.
Genuinamente, não podia ter pedido por melhores roommates, que me entreteram todos os dias e me apoiaram no que fosse preciso.
Só o facto de termos visto todas as temporadas de “Sex and the City” juntos (ou quase sempre juntos), deixa-me de coração cheio.
Também não podia ter pedido por melhores coworker, que me ensinaram uma frase checa por dia, que me explicaram como é que o mundo de marketing funciona, que me puxaram para fazer photoshoots, que me convidaram a sair a noite, etc… e as outras pessoas que fui conhecendo também me trouxeram muito, foi graças a eles que conheci muito de Praga, que explorei vários interesses meus e que criei rotinas e raízes.
Também queria mencionar os amigos que me visitaram – foi um privilégio mostrar-lhes o que Praga significa para mim.
Agora, que acabou, ainda tenho de fazer o luto, porque apesar de saber que lá irei votar, nunca será o mesmo. E isso custa aceitar.
Dekuji a toda gente!
Consulta aqui o projeto final do Afonso
Diário de Bordo #7
Últimos dias e acho que estou já a deprimir por ser o fim do Erasmus.
Houve muita festa, trabalho, excelentes conexões e muitas horas de sono perdidas. Final de Maio em Praga e parece que estamos num lugar tropical: está muito abafado, mas chove. O tempo não ajuda nada para me animar.
Agora que me tenho que conformar que isto está a acabar, já estou a ver tudo como uma despedida, ando à procura de full circle moments para dar sentido às coisas. 3 meses que passaram num ápice e que me ensinaram muita coisa. Vou levar comigo a amizade que criei com os meus roommates, todas as experiências que os meus co-workers me deram, novos interesses que floresceram aqui,etc..
Deixo cá a saúde do meu fígado, uma lágrimazinha e o desejo de voltar, por muito que nunca mais seja o mesmo.
Estes três meses pouco me ajudaram a tentar aprender mais sobre a área que escolhi – cinema-, mas não foram de todo uma perda de tempo. Há muito mais na vida para além da carreira que queres seguir e Praga deu-me o empurrão para ter sempre energia para procurar novas coisas.
Diário de Bordo #6
Estou neste momento a escrever o diário de bordo à pressa para poder ir a uma rave de dia com os meus co-workers. Conclusão: a vida está ótima!
A melhor maneira de descrever as minhas últimas duas semanas é algo que me aconteceu há uns dias: depois de jogar volley e de ir a um parque passar um bocado de tempo com uns amigos, tive que ir para casa tomar banho porque tinha um date. Estava a preparar-me, o date cancelou e, meio triste, decidi ir de chinelos, calções e uma sweat buscar chocolate ao mercadito para ir ver um filme sozinho. Ao descer as escadas do prédio apercebi-me que me tinha esquecido das chaves e não estava ninguém em casa. Liguei ao meu roommie e lá fui ter com ele a um parque cheio de frio. Chego e está um ambiente tão bom e a vista com o sunset é tão bonita que fico logo com um sorriso na cara e uma cerveja na mão.
Isto para dizer que foram semanas atribuladas, mas consigo ver o copo meio cheio em todas as situações e as experiências continuam a ser fantásticas.
Seja ir a um reggae concert, tecno no parque, barbecue com pessoal de erasmus, ir à ópera para os lugares mais baratinhos, fazer uma roadtrip pelo país, conectar-me com a natureza, quase chorar a ver rochas, encontrar pessoas que já tinha conhecido nos sítios mais random, descobrir ainda mais de Praga com o pessoal da casa, ter ataques de riso com os meus colegas de trabalho, a República Checa está mesmo a oferecer-me o melhor e fazia tudo para este estilo de vida não acabar.
Diário de Bordo #5
Mais duas semaninhas, mais umas voltinhas!
Os meus colegas de trabalho estão a tornar-se bons amigos, já fomos beber copos e estamos a combinar várias saídas. Até me ensinaram uma frase de engate checa (bastante corny), mas tem resultado 😉 “Tobě sluší všechno!” – You look amazing in everything.
Além disso, os meus roommates são a melhor companhia que podia ter pedido; os meus dates mostram-me o melhor de Praga; uns amigos vieram-me visitar e explorámos tudo o que a cidade tem para oferecer. Andar de gaivota, ir a uma rave, ver “Sex and the City”, ver sunset em Praga, ir a um restaurante fancy, está tudo a ser checkado da minha lista!
Admito que dormir está em segundo plano e ando cansadíssimo, mas sinto que falta tão pouco tempo que não quero perder nenhum segundo, procuro só criar memórias e aprofundar as excelentes relações que criei aqui.
É um pouco lamechas, mas gostava mesmo de conseguir parar o tempo para eternizar este estilo de vida e o sentimento de pura felicidade que frequentemente sinto.
Diário de Bordo #4
Hoje celebro metade do meu Erasmus e bate-me a tristeza que já só tenho 1 mês e meio para aproveitar…
Nem me acredito que em 7 semanas criei toda uma vida cá que me orgulho muito! Excelentes amigos da ETIC que me aturam profundamente, dates que me fizeram conhecer já imenso de Praga, amigos que visitaram e me deixaram de coração cheio, colegas de trabalho que tornam as tarefas menos secantes e me tentam introduzir à vida checa, estranhos com quem jogo qualquer tipo de desportos, um ginásio que me trata como se sempre tivesse feito sempre parte da equipa, saídas à noite onde pude gastar toda a minha energia, passeios sozinho em que pude fazer introspectivas,…
Nas últimas semanas tive cá um amiguinho e fomos a Viena juntos e explorámos de tudo um pouco. Além disso, continuo com a minha rotina acelerada que me deixa feliz.
Finalmente quero falar do meu trabalho mais profundamente porque pediram-me para ir ajudar numa conferência da Microsoft bastante profissional e importante e senti-me bastante produtivo. O que é que eu mais gostei? Ter descoberto no dia anterior que “vlk” é lobo em checo e que uma das credenciais que entreguei na conferência é de um homem que se chamava “Petr Vlk” – Pedro Lobo – e que os checos também têm essa história de criança.
Kisses!
PS- a foto da pessoa enrolada em papel bolha de plástico é uma das minhas chefes ehehe
Diário de Bordo #3
Passei as últimas semanas chocado por descobrir que há palavras em checo que não têm vogais. A primeira que descobri foi “smrt”, enquanto estava a ver uma ópera no Teatro Nacional. Fui de fatinho e tudo!! (que vou ter que devolver porque não tenho dinheiro para essa vida). Ver La Traviata na quarta fila é apenas uma das grandes atividades que fiz nos últimos tempos.
Fui a Berlim ter com um amigo que é drag queen – fomos a um aeroporto abandonado, um bar queer, cinema indie,… um excelente fim de semana.
Também fiz anos e tive uma amiga a visitar-me! Fizemos bobsled, saímos à noite com os meus roommates na discoteca mais básica de Praga (mas recomendamos! – Karlovy Lazne). Além disso, o meu dia a dia balança-se entre cerveja barata em bares e fazer qualquer tipo de desporto com desconhecidos. Já passou 1 mês e estou extremamente bem ambientado e com uma excelente relação com os meus roommates.
Curiosamente, “smrt” significa “morte”, mas nunca me senti tão vivo!
Ah, e se alguém quiser saber do meu estágio: está presente na minha vida. E isso é o que importa 🙂
Diário de Bordo #2
Duas semanas passaram e as melhores notícias é que já não está tanto frio e sente-se a primavera começar.
Apesar do gelo, a minha vida está bem animada: vou conhecendo novas pessoas, viajei a uma vilazinha chamada Tabor, fui a uma rave num barco, pintei canecas com os meus flatmates, entrei num ginásio e jogo volley com pessoal, explorei já muitos muitos (muitos) bares, etc… Estou a conseguir aos poucos criar uma rotina e lifestyle aqui e a dinâmica no apartamento continua fantástica!
Sobre o trabalho, não fui feito para estar numa secretária em frente a um computador… Os meus colegas são muito divertidos e o ambiente é bom, mas acaba por ser aborrecido – a minha sorte é que eles têm horários de trabalho excelentes (mas fun fact: começam a almoçar entre as 11.30h e 12h…)!
Durante o trabalho, também ando a aprender um bocado de checo, por isso acabo o meu diário com a minha nova palavra checa favorita: zmzrlina (gelado).”
Diário de Bordo #1
Queria poder dizer que os primeiros dias em Praga foram paradisíacos, aventureiros, cheio de peripécias! Mas passei-os em casa, na cama, entre chás, noodles e torradas. Enfim, começou tudo logo mal: estava doente e atrasado para o aeroporto. A TAP liga-me a dizer que estão quase a fechar as malas do porão. Chego a correr e a situação piora: pago 70 euros porque a mala tinha mais 4 kg… Com febre, calafrios e dores de músculos, lá aguento o voo…
O meu estilo de vida só melhora no final da semana. Já vou passear um bocado, vou ver umas curtas-metragens com os meus roommates, exploramos cafés.
A verdade é que a dinâmica na casa foi excelente desde o primeiro segundo e estamos a aproximar-nos rapidamente.
Em relação ao trabalho, tive a minha entrevista e começo na segunda. Estou entusiasmado porque parece um ambiente em que realmente se vão esforçar para me dar tarefas e quebrar a barreira linguística!
Ahoj!