ERASMUS+ | THE END
Sendo eu uma aluna ETIC, tirei o curso de animação e videojogos, finalizei o curso e concorri ao Erasmus.
Só por si a viagem até este ponto foi bastante dinâmica e construtiva, no entanto mal sabia eu o que me esperava um estágio no estrangeiro.
Após ter passado pelo processo todo de selecção, a primeira Aventura começa em fazer as malas para levar que fossem de acordo com as normas do voo, o que para mim, apesar de já ter acampado e ter feito algumas viagens, voar foi a primeira vez. A experiência foi relativamente tranquila, até gostei da sensação de descolar, mas não tanto da aterragem.
Ainda não mencionei os 3 “tugas” que vieram comigo, que contribuiu para que a viagem fosse igualmente tranquila. Nunca nos tínhamos conhecido, se não para o projecto Erasmus+, no entanto apesar de áreas distintas, estão bastante interligadas.
Tivemos os momentos introdutórios com a parceira da Lituânia, que nos introduziu um pouco ao país e costumes. Portanto, já tinha ouvido falar da Lituânia, tinha ideia de que faziam boa música, mas nunca tinha aprofundado os meus conhecimentos sobre o país.
Após estes processos, finalmente fomos conhecer o estúdio onde íamos ficar (dos 4 que vieram, 3 de nós fomos para a mesma empresa). Quando chegámos fomos extremamente bem recebidos, o que foi meio que surpreendente, visto que o que se diz é que países frios, as pessoas tendem em ser mais frias também, mas foi um bocado o oposto (não tão calorosos como o que estamos habituados em Portugal, mas nada a ver com o que se costuma dizer).
Estando no estúdio, foi nos dado um mentor a cada um, eu estando na área de 3D, fui direcionada para o Lead 3D artist – Modestas, que me guiou diria em todo o percurso, mesmo estando eu a saltar de projecto ao longo do estágio.
Comecei por modelar um “asset” livre, sem estar conectado a nenhum projecto, para que o meu mentor podesse ver o nível de técnica vs velocidade vs qualidade do meu desenvolvimento. Decidi desafiar-me um pouco a criar uma coruja, sendo o desafio para mim, modelar qualquer tipo de ave. Acabou por ficar bastante bom.
Após ter terminado, fui saltando de projecto em projecto, ou seja de estilo em estilo, tendo que me adaptar não só ao tipo de cliente mas também às “pipelines” requeridas.
Um pequeno à parte, algures depois do primeiro mês, falei com o Modestas para saber como estava a situação de contratação de pessoal, ao que ele me disse para falar com o chefe – Eugenijus, assim fiz. O chefe nem sempre está no escritório porque vive nos Países Baixos, portanto quando lhe mandei mensagem, agendamos falar pessoalmente algures no final do Segundo mês.
Tudo fluiu com bastante tranquilidade, chegando assim à conversa pessoalmente com o Eugenijus, que me disse logo, “vê o que é melhor para ti, trabalhar remoto ou se preferes trabalhar cá”. Ou seja, estava aberta a oportunidade de ser contratada, aparentemente o meu trabalho falou por mim, e quando o chefe perguntou a opinião à equipa sobre mim, todos mencionaram aspectos positivos.
Em termos de trabalho foi tudo fluindo relativamente bem, com desafios maisintensos que outros, cheguei a participar em projectos com prazos mais curtos, e outros com bastante mais à vontade de tempo.
Em termos de equipa, todos 5 estrelas, acabei por ir tendo feedback não só do meu mentor, mas também de outros colegas, o que ajuda na facilidade de comunicação em estúdio.
Para além de trabalho, tive a oportunidade de conhecer a cidade, com alguma pena minha não cheguei a ver neve como deve ser, ainda nevou, mas assim que caía o floco de neve, derretia logo. Ainda assim, conheci alguns museus, florestas, parques, concertos, fui também a um bailado (na casa de opera), universidade e cozinha tradicional. A sopa cor-de-rosa e o “dumplins” são mesmo bons, opinião pessoal, os “dumplins” sabem melhor em vez de cozidos, serem ou grelhados ou fritos. Sendo vegetariana, estar num país que tem sopas tradicionais, pratos com bastante batata e molho “amargo” é incrível. Para além de Vilnius ainda cheguei a conhecer Trakai, one tem o castelo no meio do lago, a vista em si é bonita, e a visita no interior do castelo é igualmente satisfatória.
Nesses 3 meses, cheguei a apanhar uma feira tradicional (gigante), onde se percebia melhor os costumes e gastronomia. Também presenciei o dia nacional de aberto de época motard, onde durante o ínicio da tarde passou uma parada de motas de todos os estilos, com tendas de comércio de nicho. Para além deste dia, assim que começou a ficar mais calor, passou a existir imensas actividades e espectáculos para assistir, com danças tradicionais, música ao vivo etc etc.
É uma experiência que recomendo e que para mim teve um desfecho ainda melhor, pois consegui um contrato de trabalho na minha área e num estúdio de vídeo jogos, o que é sempre “difícil” para conseguir entrar para este tipo de indústria, especialmente como júnior.
Para terminar, na última semana, nós os 4 “tugas” fizemos uma jantarada, para celebrar o desfecho desta experiência, para além disso, a malta do escritório também organizou um “pequeno” churrasco para despedida.
Após estas despedidas (que por acaso não envolveram choradeira), chegou o momento de voltar a fazer as malas, o que para mim foi um pouco diferente, visto que iria voltar para a Lituânia para trabalhar. Sendo assim, fiz as malas para passar as minhas coisas do apartamento partilhado, para o apartamento que iria arrendar. O que fez com que as minhas malas fossem bastante leves, o que acabou por ser positivo, pois consegui levar carga que ia a mais do resto da malta.
A viagem de volta fez-se bem e tranquilamente também.
Consulta aqui o projeto final da Diana
Diário de Bordo #7
Nos últimos 15 dias, fui a um concerto de uma das colegas do estúdio, que foi realmente bom.
Para além disso, os 3 portugueses de Erasmus, eu o Filipe e a Paula mais uns colegas do estúdio, fomos a um escape room, falado em inglês e com grau de dificuldade médio.
No estúdio, continuo a desenvolver trabalho na minha área e a saltar de projecto para projecto e sinto que o meu work flow está mais rápido e eficiente do que antes.
Na última sexta feira, fizemos um jantar os 4, ou seja os 4 que vieram da ETIC Lisboa, cada um cozinhou um prato, e como sou vegetariana, os 4 pratos acabaram por ser todos vegetarianos.
Diário de Bordo #6
No que toca a visitar não só a cidade mas também o país, já tive oportunidade de ir a Kaunas e Trakai. Em Kaunas fiz um caminho no meio do mato e em Trakai, fiz um caminho por um passadiço no meio de um pântano e a seguir visitei o castelo no meio do lago.
O calor aqui na Lituânia é um calor um bocado mais seco, e portanto quando faz calor, faz mesmo bastante calor.
No estúdio, tenho continuado a desenvolver trabalho na minha área, aparentemente a equipa tem gostado de mim, tenho tido uma excelente experiência e feedback, contínuo a ter várias oportunidades de saltar de um projecto para outro e conseguir adaptar o tipo de técnicas de trabalho mais Pipelines de acordo com cada um.
O meu mentor vai entrar de férias na próxima semana, coitado também merece descanso, no entanto a equipa é flexível o suficiente para ele conseguir estar de férias, eu continuar a ter trabalho mais feedback e continuar a aprender as várias formas de abordar um projecto.
À parte disso numa das quintas feiras aconteceu um evento de Game Dev ao qual fui ouvir os 3 speakers, foi interessante e de certa forma inovador, pois a cultura de videojogos apesar de tudo é importante para a sociedade e precisamos tanto de espaço como relevância.
Diário de Bordo #5
Ultimamente aos fins de semana tenho continuado a passear a seguir o rio e ver matas e os jardins.
No entanto, aproveitei para visitar o museu nacional de Vilnius, que tinha uma exposição sobre a teoria da conspiração e outra sobre os emigrantes/ imigrantes. Também visitei o museu do Ilusionismo, tem alguns interações parecidas com. Portugal, mas também tem coisas diferentes.
Para além de andar a passear, entrei num novo projecto na empresa onde estou a estagiar e ao que parece estão a gostar imenso do meu trabalho. Continuo a produzir modelos 3D, e a aprendizagem nesta empresa tem sido exponencial.
Diário de Bordo #4
Nestes últimos 15 dias, parte deles fez bastante sol e calor, apesar de adorar chuva, o facto de ter estado mais sol ajudou a secar a lama e por isso consegui ir dar mais voltas pelas matas da cidade. Seguindo o rio tanto para um lado como para o outro, vamos sempre dar a matas e ou parque de merendas e ou parques infantis. Interessante que neste país pelo menos nesta cidade encontramos sempre muitas pessoas acompanhadas por animais de estimação, é bastante comum e todos os cães são bastante bem treinados.
Para além de ter conhecido mais um pouco da cidade a experiência no estúdio está a ser muito boa, considerando que tenho tido oportunidade de saltar de um projecto para outro, aprender várias técnicas de 3D e várias art directions com estilos artísticos diferentes. A equipa no estúdio é bastante acessível por isso são relativamente tranquilas estas transições.
Diário de Bordo #3
Nos últimos 15 dias, consegui ir a um museu de arte moderna onde vi uma exposição interativa para miúdos e a exposição “We don’t do this” sobre sexualidade para adultos com conteúdo mais específico. Ambas as abordagens foram interessantes.
Sendo vegetariana, encontrei um restaurante vegetariano/ vegan que serve comida bastante boa e a preços acessíveis dentro da margem de comida vegetariana.
Numa das minhas voltas a pé, acabei por andar ao lado do rio e ver onde ia dar, e fui dar a uma mata com pequenas catedrais espalhadas, vi também do outro lado do rio uma praia fluvial e mais 1/2 lagos.
Fora isso, no estúdio tenho andado a desenvolver coisas na minha área (3D) em vários estilos, visto que estou a ajudar em vários projectos e não só num.
Diário de Bordo #2
Depois de eu e a Paula termos ficado 10 dias num quarto de hotel partilhado, passámos para o que vai ser a nossa casa nos próximos 3 meses. Gostei imenso do espaço, temos quartos individuais e condições aparentemente melhores.
Já pude fazer compras a médio prazo em vez de refeições avulso.
A experiência no estúdio está a ser bastante interessante, tenho aprendido técnicas de modelação e escultura 3D que ainda não tinha aplicado, tal como as Pipelines de 3D e outras áreas do estúdio para a produção de jogos.
No que toca à cidade em si, tivemos no fim de semana passado a feira anual de Vilnius que ocupa grande parte da cidade. Pessoalmente eu não sou fã de muita gente, e o que aparentemente era uma cidade calma e com algumas pessoas, nos dias de feira era um pouco caótica a quantidade de malta a passear e a comprar produtos tradicionais, não só tradicionais lituanos mas eslovacos, ucranianos e chegámos a encontrar portugueses também.
Este sábado, eu e a Paula fomos a um bailado no teatro de opera e ballet, superou as minhas expectativas no que toca ao espaço e tratamento para com os espectadores, no entanto apesar do espectáculo ter sido incrível, estava a contar de ver ballet mais tradicional, ainda assim foi um misto de dança contemporânea e ballet, que resultou muito bem.
No geral tem sido uma experiência interessante, não fazia ideia que iria gostar assim tanto do país/ cidade mas o que é certo é que são pessoas civilizadas e um pouco frias, o que para mim como gosto pessoal, funciona bem.
Diário de Bordo #1
Chegámos ao aeroporto de Lisboa, tivemos uns pequenos percalços com o check in, mas conseguimos resolver a situação e embarcámos a horas. Pessoalmente, nunca tinha andado de avião e a experiência foi gira, considerando que o descolar e o aterrar parece a sensação de montanha russa. Quando fizemos escala em Munique até foi relativamente fácil de encontrarmos a nossa porta, é um aeroporto extremamente calmo, pelo menos achei eu, mas como é um aeroporto gigante, pode fazer diferença por isso mesmo.
A chegada ao hotel foi tranquila, também. No dia seguinte tivemos o meeting com a Aiste a parceira cá de Vilnius, mostrou-nos o PowerPoint que já nos tinha mandado por email, a reunião acabou relativamente cedo e ainda conseguimos dar uma volta pela cidade.
A cidade em si parece-me ter prédios de habitação relativamente baixos mas com uma arquitectura muito bonita e requintada, tem algumas misturas de movimentos arquitectónicos.
No dia seguinte, fomos para a nossa empresa “Nieko”, eu mais os meus dois colegas. A Nieko é uma empresa muito descontraída e com um ambiente muito tranquilo também. No dia assinamos um contrato NDA, por isso o que for fazer será tudo restrito de informações, no entanto, posso dizer que estou a trabalhar na minha área com escultura e modelação 3D.
Até agora está tudo a correr bem, conseguimos dar um passeio pela cidade e conhecer alguns pontos turísticos como catedrais e as 3 cruzes juntas ao castelo que sofreram bastantes reconstruções ao longo do tempo, por causa das invasões à Lituânia.