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    Martim
    Alegria

    HN Produção e Criação Musical
    Tricone Studios
    📍 Berlim, Alemanha

    Diário de Bordo #7

    As minhas últimas duas semanas em Berlim chegaram e sinto-me bastante triste por, por agora, ter de me despedir desta cidade maravilhosa que me acolheu tão bem.
    Vou ter bastantes saudades dos amigos que fiz e da cidade em si. É muito difícil explicar este sentimento, pois no momento em que escrevo este relatório ainda estou cá, mas já sinto alguma nostalgia.
    Se no último relatório tinha decidido explorar a cidade, bem como os variados espaços verdes, estas últimas duas semanas foram dedicadas à descoberta dos diversos espaços culturais.
    Comecei a semana a visitar a Ilha dos Museus, um espaço no distrito de Alexanderplatz que alberga sete grandes museus de Berlim, onde podemos ver arte desde o período egípcio até à arte do século XX. A visita foi extensa e durou um dia inteiro. Apesar do cansaço, foi um dia bastante divertido e informativo, uma vez que estes museus contêm várias peças de diversos períodos históricos.
    Na mesma semana, aproveitei para fazer o que um típico residente de Berlim faz depois do trabalho: ir a uma rave. O local onde esta teve lugar, o Dark Matter, estava na minha lista de sítios a explorar antes de ir embora. Nesse dia, houve um set B2B com dois artistas de IDM/Techno, que improvisaram durante quatro horas, acompanhados por um espetáculo de luzes incrível, num armazém abandonado. Foi uma apresentação incrível e etérea, que me mostrou mais uma vez o porquê de Berlim ser considerada a capital da música eletrónica da Europa.
    A minha última semana aqui em Berlim foi marcada por várias jam sessions, saídas com amigos, gravações em estúdio e uma reunião entre vários artistas, onde se discutiram vários tópicos sobre a indústria musical, seguida de um encontro de networking com esses mesmos artistas. O meu amigo Pedro, também português, levou-me à universidade onde estudou — a BIMM — para podermos gravar uns sketches de bateria e para me explicar algumas questões técnicas que eu tinha sobre diferentes funcionalidades de consolas de mistura e gravação.
    Num último rendez-vous da minha jornada, fui finalmente ver ao vivo a banda que ajudei a gravar o álbum, logo na minha primeira semana aqui na cidade. Foi um momento muito bonito para terminar esta jornada. E, mesmo não tendo sido um período muito longo, sinto que consegui conectar-me e aproveitar bastante o tempo que aqui estive.
    Espero sinceramente um dia poder voltar e reconectar com estas pessoas incríveis com quem tive o prazer de passar o meu tempo. Mas, de certa forma, acho que não vou perder essa conexão tão cedo.
    Tschüss Berlin, bis bald ❤️

    Diário de Bordo #6

    As minhas últimas semanas aqui em Berlim…
    Agora que chegou Maio e o meu regresso a Portugal está cada vez mais perto, começo a ficar cada vez mais  triste ao pensar que não vou poder conviver com os amigos que consegui fazer aqui e experienciar momentos que nunca tinha tido na minha vida.
    Numa conversa com os meus colegas de quarto, concordámos que por vezes a cidade, apesar do seu tamanho, consegue fazer sentir-te solitário, especialmente no início, mas desde de abril sinto que tenho conhecido muita gente e expandido cada vez mais o meu círculo social. Fico com pena pois gostava de poder ter mais tempo para passar com elas.
    Estas últimas duas semanas tenho aproveitado para explorar a beleza dos jardins e parques em Berlim. Como o calor chegou à cidade, é normal vermos os parques cheios de pessoas a aproveitar o sol e a conviver. Avisaram-me e bem, em Maio toda a gente sai para as ruas e consigo ver que as pessoas andam mais bem dispostas e as ruas estão cada vez mais cheias.
    Na semana passada, também fui convidado por um dos meus amigos Portugueses, aqui em Berlim, para a sua festa de aniversário. Sendo ele músico, organizou, no apartamento dele, uma Jam Session que foi bastante divertida e estava completamente lotada.
    Algo que também fiz esta semana foi explorar as várias lojas de vinis e outras Jam sessions que estão por toda a cidade, o que me ajuda bastante a não ouvir a mesma música que tenho nas minhas playlists e faz com que me inspire e saia cada vez da minha caixa. Tenho ouvido, cada vez mais, música nova e, apesar de Berlim ser considerada a “capital da música electrónica”, tenho tido a oportunidade de ouvir nova música quase todos os dias e apaixonar-me por novos estilos que nunca tinha ouvido ou nunca tinha tido curiosidade de ouvir.
    Tive também a oportunidade de trabalhar com um grande baterista, Tobias, e também com o Chris, outro baterista incrível. Ambos deram-me dicas de como chegar a sons específicos com a bateria e de como aproveitar o máximo da bateria, o que foi bastante útil, uma vez que a bateria era um instrumento que até alguns meses atrás tinha pouca ou quase nenhuma experiência e agora tenho novas técnicas que irei usar nas minhas gravações futuras.
    Para acabar a semana em grande, na FEZ-Berlim realizou-se o congresso anual da Super Booth, uma convenção para entusiastas de equipamento musical e de sintetizadores. E claro, eu e o meu amigo Pedro tivemos de marcar presença e experimentámos os novos equipamentos. Foi uma convenção gigante e com as grandes marcas da indústria musical como Neve, Telefunken,Moog, etc.., mas também com algumas empresas pequenas que estão a trazer produtos interessantes a preços acessíveis.
    Foi um dia  com vários workshops, muita conversa com os vendedores para entendermos mais dos novos produtos que vão sair e também boa música ao vivo com uma cervejinha fresca no final do dia.
    São dias inesquecíveis como estes que sei que vou sempre levar comigo.
    Esta experiência tem sido incrível, e  sinto que tenho crescido tanto pessoalmente como profissionalmente.
    Fico grato de ter tido esta oportunidade e se fosse por mim sería für simmer Berlin ❤️

    Diário de Bordo #5

    Com a chegada da páscoa surgiu a possibilidade de umas boas e merecidas mini-férias durante o fim-de-semana.
    Como estou tão perto e sempre quis visitar esta cidade, decidi marcar uma viagem de comboio para Amesterdão. No momento em que cruzei a fronteira entre a Alemanha e a Holanda não conseguia parar de sorrir, ver os pastos gigantes de relva, a natureza abundante na paisagem trouxe-me de certa forma de volta a Portugal. Ao chegar ao hostel onde planeei ficar, encontrei os meus colegas de quarto e no primeiro dia decidimos explorar a cidade. Mas, antes disso, trouxemos uns petiscos e relaxámos um pouco no westerpark e depois agarrámos nas nossas bicicletas e partimos em direção ao centro.
    No dia seguinte, decidimos explorar museus e outros locais históricos ,mas primeiro decidimos que deveríamos almoçar algo, por isso fomos a um restaurante com comida tipicamente holandesa e sentámo-nos junto ao canal para descontrair e apreciar a beleza dos canais de Amsterdão. Ao andar pelas ruas conseguia ver moradores e turistas por todo o lado. Faz sentido pois estávamos na época de páscoa, mas de forma geral conseguia ver as pessoas bastante felizes e os moradores de Amesterdão sempre extremamente simpáticos comigo e alguma dúvida que eu ou os meus colegas de quarto tínhamos as pessoas de lá estavam sempre dispostas a ajudar.
    À tarde fomos ao Museu Moco. A charmosa fachada de uma casa tradicional holandesa, conhecida pelas suas exposições de arte moderna e contemporânea, incluindo obras de Banksy e outros artistas influentes como Basquiat e Murakami.
    Adorei o tempo que passei em Amsterdão, mas tenho de admitir que, após três dias em Amesterdão, já estava cheio de saudades de Berlim e o tempo que tive fora também fez-me apreciar um pouco mais esta cidade espetacular e cheia de vida.
    Na semana seguinte a rotina voltou ao normal, com exceção de segunda, porque aqui celebra-se a segunda de páscoa, ou seja não pude ir às compras :((, mas no resto da semana tive a oportunidade de conhecer uma artista holandesa “Cloud Cukkoo” no estúdio e ajudar com a gravação do seu novo single o que foi muito divertido e mostrou-me mais o processo artístico de gravação e pré produção de uma música dentro dos “standards” da indústria músical.

    Diário de Bordo #4

    Abril chegou!!!

    O tempo em Berlim parece estar verdadeiramente a mudar, apesar de, na verdade, nunca ter estado muito mau  desde que cheguei. Agora sinto o calor e o sol finalmente irradia a cidade e com isso também consigo ver mais pessoas a saírem tanto de manhã como à noite.
    Às vezes até custa a dormir com o barulho que se ouve na rua das pessoas nos bares ou simplesmente a conviverem.
    Após mais duas semanas de residência, oficialmente acabou a segunda fase do projeto, a fase de gravação e produção. Nesta fase, os participantes da residência terminaram a composição das suas músicas e tiveram a oportunidade de trabalhar com músicos de sessão.
    Apesar desta fase ter sido muito cansativa, gostei tanto de ter os participantes no estúdio e poder ajudar a equipa que não queria que  terminasse.
    De certa forma, também já estava a precisar de um tempo para mim e foi o que fiz nesta sexta e sábado.
    Tinha alguns locais históricos que queria visitar, como o famoso checkpoint charlie que basicamente era o cruzamento entre o leste de Berlim e a parte ocidental durante a guerra fria e este local mantém elementos históricos da época de forma a celebrar a união dos dois lados.
    Em seguida fui visitar o museu da tipografia do terror, situado no local onde o famoso ditador Hitler se escondeu durante os últimos momentos da segunda guerra mundial. Escrito nas antigas paredes do bunker destruído, é descrito tanto politicamente como socialmente a ascensão do ditador e como as minorias da época, como homossexuais, ciganos, judeus e pessoas com deficiências sofreram nas mãos do regime.
    No final do mesmo dia, decidi passear por Potsdamer-Platz onde de forma espontânea encontrei um arcade.
    Sábado fui a um concerto de um dos meus artistas de House favoritos, Kaytranada na UFO Berlin. Antes de entrar no concerto provei finalmente a famosa Schnitzel e o espetáculo foi muito bom e até consegui fazer novas amizades.
    Mas depois do concerto foi a melhor parte. Basicamente encontrei-me com alguém que tinha feito trabalho de câmara para o estúdio. Após uma conversa breve com ele, fui convidado e colocado na guest list da after-party do Kaytranada em Kreuzberg. A festa  foi surreal e com sets espetaculares. Devo dizer que esta foi uma das melhores noites que passei até agora em Berlim 🕺
    A páscoa aproxima-se e mal posso esperar o que o tempo me trará de novas experiências que irei lembrar e estimar para o resto da minha vida 🙂
    Frohe Ostern für alle!!!

    Diário de bordo #3

    Faz um mês que estou em Berlim.
    No início da minha viagem parecia que iria durar uma eternidade para chegar a este ponto, agora vejo que realmente o que diziam era verdade – o tempo passa a correr.

    Estas duas semana foram um pouco mais calmas do que as anteriores.
    Aproveitei o meu dia de folga e comecei por visitar o museu com um dos meus instrumentos favoritos, sintetizadores. Situado no distrito de Kreuzberg, um distrito com bastante influências Turcas e Orientais, o museu tinha vários sintetizadores vintage e, o melhor de tudo, tens a oportunidade de tocar neles, por isso foi bastante divertido.

    Na mesma semana também tivemos o prazer de receber uma banda americana de country chamada “The Damn Liars” . Extremamente simpáticos e acolhedores e até nos ofereceram t-shirts da banda.
    Finalmente, para acabar a semana, visitei o mercado do Sisyphus, uma discoteca bastante popular aqui de Berlim que, no final de cada mês, costuma organizar este tipos de mercados.
    Gostava de ter tirado fotos lá dentro, mas, infelizmente, como maioria das discotecas aqui, eles colocam autocolantes nas câmaras para não gravar nem tirar fotos ao local. Acho que, de certa forma, serve para tornar estes spots mais místicos.
    Devo dizer que foi muito divertido e nunca tinha visitado um espaço como aquele.

    Diário de Bordo #2

    Die Reise geht weiter!!!
    Estou há duas semanas em Berlim e com um tempo espetacular, sempre sol, e finalmente pode andar-se na rua sem estar com dois casacos.
    No dia 10 começou oficialmente a residência no estúdio, ou seja, a semana foi marcada com muita preparação prévia, a ajudar os artistas residentes com problemas técnicos.
    Mas isso não me impossibilitou de poder sair e explorar mais a cidade, começando por fazer algo que qualquer alemão ama –  comer comida turca. Por isso decidi experimentar falafel num quiosque bastante perto da minha casa e devo dizer que fiquei fã.
    Em seguida, à noite, fomos ao cinema em Hackescher Markt numa das zonas comerciais mais populares do distrito de Alexanderplatz, seguido de uma visita a uma Späti para uma cerveja bem fresca.
    Após terminar a semana de residência, tive a semana mais livre para poder continuar a conhecer os locais mais importantes na cidade.
    Para começar, visitei a East Side Gallery, um dos maiores museus do mundo com um corredor de 1,3 km com vários pinturas e grafites  de artistas durante e após a reunificação de Berlim.
    Depois, visitei o Memorial dos Judeus mortos na Europa. Muito intrigante e pesado, ao contrário de outros museus retrata a vida de várias pessoas e famílias que sofreram nas mãos dos Nazis com histórias cartas, fotos, tudo bastante explícito.
    No dia seguinte fui explorar outros dois monumentos, o Portão de Brandemburgo e o Edifício do Parlamento Alemão que, apesar de não me ter fascinado tanto como os outros dois monumentos, é impossível não mostrar admiração pela grandiosidade e beleza arquitetónica de ambos. Continuando com a beleza arquitetónica, sexta-feira fui visitar outros dois locais. Primeiramente fui a RAW, uma rua com vários bares discotecas e especialmente grafites, onde visitei a Igreja Memorial do Kaiser Wilhelm, parcialmente destruída durante a Segunda guerra mundial e parcialmente restaurada de forma a relembrar o que o povo alemão sofreu aos erros dos seus políticos.
    Depois, continuei a explorar mais essa zona, até que decidi experimentar um dos famosos aperitivos de Berlim, CurryWurst, que mais uma vez gostei bastante.
    Para finalizar a minha semana, tive a oportunidade de experienciar a vida noturna bem como várias atuações incríveis de artistas locais. E nada melhor que, depois de uma noite num clube de Berlim, visitar um dos flea markets que ocorrem todos os fim de semanas, que foi justamente o que eu fiz este domingo, com um pôr do sol lindo e música boa para acompanhar. E assim acabou uma grande semana cheia de correria e fascínio por volta desta cidade.

    Diário de Bordo #1

    Guten Morgen Berlin!!!
    Estou tão feliz por estar aqui, após uma viagem de 3 horas de avião, finalmente cheguei a Berlim com um frio bem seco, mas, pelo que me disseram, até tive sorte.
    No dia em que eu cheguei, decidi provar algo novo e como o meu bairro está cheio de cafés, bares e restaurantes, incluindo um restaurante português, decidi ir a este restaurante Vietnamita, onde provei um dos melhores cocktails da minha vida, junto com um espetacular arroz de caril e legumes.
    No meu segundo dia, conheci a minha colega de quarto, que é Britânica e convidou-me para tomarmos o pequeno-almoço juntos, para nos conhecermos melhor e também comecei o meu estágio no famoso complexo de estúdios em Berlim, a Funkhaus.
    Inicialmente o complexo era uma fábrica de madeira, depois o complexo foi utilizado pela união soviética para transmitir para a rádio do leste e gravar várias orquestras ao vivo, mas depois da queda do muro de Berlim nos anos 90 o edifício ficou abandonado. Hoje em dia, este espaço é usado como um espaço cultural com vários estúdios, concertos e eventos.
    Esta mentalidade de reaproveitar estes edifícios abandonados está espalhada pela cidade inteira e podemos ver isso com as famosas discotecas de Berlim ou através dos Grafites que estão em cada canto da cidade, até mesmo dentro de prédios. Existe um claro senso de liberdade criativa por toda a cidade e as pessoas aqui são extremamente simpáticas e prestáveis, o mito de alemães serem rezingões e mal dispostos foi oficialmente desmistificado.
    Entretanto, esta semana foi reservada para gravar uma banda baseada aqui em Berlim, composta por dois membros, um baixista e um baterista, que em breve irão lançar o seu primeiro álbum e ontem estivemos a arrumar e a organizar o estúdio porque segunda irá começar uma residência com vários artistas de forma a inspirar e criar conexões com outros criativos da área.
    Este projeto da residência também irá ajudar refugiados aqui em Berlim para poderem expressar-se criativamente através da ideia de memórias sonoras.
    Acho que não é preciso dizer que estou bastante entusiasmado por ter a oportunidade de poder participar neste projeto 🙂
    Estes foram os meus primeiros 5 dias aqui nesta linda cidade e irei continuar a tentar mostrar às pessoas que irão ler este diário de quão fantástica esta cidade e experiência realmente é.

    Everything Is Now.
    Learn. Do. Create.
    BEGIN HERE Get Everywhere.
    Dare To Try.